D.I.U.: A minha experiência intrauterina!
(sim, o título é referência a esse texto, que muito me incentivou a colocar o DIU de cobre)
Existem muitos métodos contraceptivos no mercado. Tem injeção, diafragma, pílula, camisinha (a *única* que também previne DSTs) e… o DIU. Confesso que já namorava a ideia de colocar o dispositivo há muito tempo, mas queria conhecer mais meu corpo, ter um parceiro fixo e dar uma pesquisada melhor. A principal intenção que tinha no DIU de cobre era por ser um contraceptivo não-hormonal, ou seja, iria evitar uma gravidez e não inserir hormônio sintético algum em mim.
O cobre é um metal muito importante, que atua como um antibactericida. No útero (você pode ver como é feita a aplicação neste vídeo), as moléculas de cobre, em contato com o esperma, impedem que eles cheguem até o óvulo. Tem uma matéria excelente na Bustle que fala sobre isso, mas trocando em miúdos, o cobre meio que paralisa a galera que tá querendo virar um bebê.
Algumas razões pelo o qual optei pelo DIU de cobre:
- não é hormonal!
- tem duração de 10 anos (o de cobre; o diu Mirena — hormonal — dura de 2 a 5 anos)
- a ovulação continua numa boa, ou seja, você ainda ovula, tem período fértil, TPM, etc
Quando falei para o médico da minha intenção em inserir o dispositivo, ele foi contra, à princípio. Disse que para nulíparas (mulheres que nunca engravidaram), o DIU não seria o mais indicado, porque doeria mais, mas a eficácia seria a mesma. Ele me pediu vários exames, um deles o ultrassom do útero e ovários, que pode determinar seus tamanhos e se estavam saudáveis.
A colocação foi feita no próprio consultório. O médico insere no colo do útero algo como um canudo fino e comprido; é lá que está o DIU. Em alguns casos é necessária anestesia, por isso converse com seu/sua médico/a se você não for resistente a dor. É necessário estar menstruada no dia, e quando o DIU entra no útero, a dor é insuportável, como se fosse uma cólica instantânea e vinda das profundezas do capiroto, mas passa rápido. Tomei Buscofem para aliviar o desconforto e muita compressa quente.
Próximos dias
Nas primeiras semanas com o DIU, não vou mentir e dizer que foi um mar de flores. Pelo ao contrário, sentia muita dor. Até aí OK, né, afinal, tem um pedaço de metal no seu útero, é natural que o corpo esteja reagindo. Nos dias que se seguiram, junto com a dor, veio sangue. Muito sangue! Eu sentia a cólica vindo devagarinho, devagarinho… e PÁ, uma dor insuportável, seguida de uma “menstruação” fora de época. Juro, parecia que eu tava fazendo xixi. Nem o absorvente noturno segurava.
Com medo, mandei mensagem ao médico, que disse ser normal. E é mesmo. Se você ler a bula do DIU, vai ver que hemorragias são “aceitáveis” nos primeiros meses. Existem até mulheres que tiveram anemia depois de colocar o DIU. Então fica de olho nisso caso queira colocar.
Passou tudo isso, e a vida voltou ao normal. Não sinto desconforto na hora do sexo, nem a cordinha dá para sentir. Em atividades físicas intensas, como segurar uma caixa ou fazer uma mudança (hahahahaha), as cólicas aparecem, mas tudo muito suave.
Na hora da menstruação
Quando a gente tá menstruada, o útero fica cheio de fluidos prontos para serem eliminados. Agora imagina toda aquela gororoba de células, sangue e tudo o mais, junto com um metalzão aí no meio. Claro que vai ser BEM desconfortável. Durante todo o meu ciclo, as dores são intensas e duradouras, e o fluxo aumenta consideravelmente. Mas eu costumo levar isso numa boa.
E aí, recomendo?
Sim. O DIU é meu parceirão, amigo de fé, irmão camarada. A inserção é difícil e se acostumar também. Mas entre todas as opções do mercado, na minha opinião, ele segue como o mais “natural”, dura bastante, não tem que ficar lembrando de tomar nada, afinal, ele está lá no seu corpitcho. E caso queira tirar, é só ir no ginecologista, tirar, e pronto. Você já pode engravidar a partir daí.
Uma coisa excelente que o DIU me trouxe foi a sensação de pertencimento ao meu corpo. Sinto-me mais sensível a ele, conheço-o mais, suas particularidades e jeitos. Buscava por algo que fosse o menos artificial, e apesar de um começo complicado, minha amizade com o DIU deve perdurar por longos anos.
EDITADO JANEIRO 2020: Pois é, galera, vim do futuro para dizer que não sei se recomendo. Meu fluxo antes do DIU sempre foi muito intenso, com cólicas no começo do período e alguma indisposição. Com o metalzinho do capiroto, o sangue vem em baldes, as cólicas são muito fortes, nem Buscofem dá jeito. Fui ao médico ver se tinha alguma coisa (endometriose ou infecção), mas graças a deusa, nada. Estou tomando ácido menefâmico para as cólicas, que tem resolvido 80% as dores — dou uma turbinada com compressa quente.
O meu período menstrual também aumentou — antes eram cinco dias, agora são sete, às vezes oito. E cólica em quase todos. Ah, quanto àquele belo momento em que estamos férteis: eu sinto cólica (leve, mas sinto) quando estou ovulando.
Então assim, em breve resumo: eu indico para você que menstrua pouco ou não tem nenhuma relação de incômodo com o fluxo aumentar e as dores serem bem insuportáveis. Para quem já tem fluxo intenso antes do DIU, de verdade, não recomendo porque o incômodo é tão grande que não acho que valha a pena.
Quero trocar, em breve, para o DIU Mirena e não menstruar mais. Quando colocar, faço um post por aqui!