Depois da vacina

Fernanda Nunes
2 min readJun 18, 2021

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Meus planos para a vida estão em completo stand-by por conta da pandemia. Claro que a ideia era voltar antes para a vida que tínhamos, mas infelizmente não fomos contemplados com um presidente minimamente razoável neste país. Então as coisas atrasaram um pouco.

Se sobrevivermos até lá, meu bloco de notas tá cheio de atividades:

- Ver, abraçar, tirar foto, abraçar de novo, dançar, chorar, rir, chorar de rir, abraçar mais uma vez todos os meus amigos que sinto tanta falta

- Ter um girls’ night out com minhas amigas pra encher a cara e falar pessoalmente todos os papos que adiamos no WhatsApp porque já não aguentamos ler mensagens

- Enfim fazer a minha sobrancelha que há quase dois anos não vê uma pinça

- Marcar um almoção bem gostoso para minha família em minha casa para colocar em prática meus dons gastronômicos que adquiri durante a pandemia (e que só meu amor experimentou)

- Ir à zona cerealista e ficar entrando de loja em loja provando amostra grátis, comprando azeite caro e me arrependendo depois (chances altíssimas desse passeio terminar em algum restaurante árabe lá do centro)

- Ir à Paulista Aberta ao domingo com o amor da minha vida, aí a gente passa na Bella Paulista, come um negocinho e toma um sorvete de pistache (que vou cagar toda a mão de sorvete e parecer uma idiota na rua)

- Viajar. Ter esse prazer gostoso que a vida pode nos proporcionar de vez em quando. Tenho milhões de destinos, mas tudo isso depende se teremos um golpe no Brasil em 2022, se terei emprego, dinheiro, essas coisas que só países subdesenvolvidos pode proporcionar

- Ir “ali” rapidinho e voltar com várias sacolas inúteis, uma ida à perfumaria desnecessária, um saco de pão na mão e um sorvete na outra

- Usar a minha tão sonhada Ivy Park que me dei de presente e até agora só viu o interior do meu guarda-roupa

- Sair para comer em um restaurante com meu consagrado

- Combinar com minha mãe de irmos a lojas de outlet de porcelanas, de plantas e o que mais vier à cabeça

- “Vamo ali tomar um café naquela padaria chique rapidinho?”

- Pegar metrô fora do horário de pico (porque eu não sou doida de sentir saudade de suvaco cheiroso do amigo do meu lado) para encontrar as migas na catraca para irmos bater perna mais uma vez

- Combinar rolês frequentes nas casas das minhas amigas ❤

- Viajar mais um pouco se puder ter saúde, dinheiro e tempo

- Sonhar uma vida melhor, mas dessa vez, fora de casa

Enquanto nada disso acontece, eu espero a vacina chegar, Bolsonaro cair e a vida seguir.

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Fernanda Nunes
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na maioria das vezes, os textos vêm quando vou dormir

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