Reflexões sobre o LinkedIn
Sempre fui uma assídua usuária da rede pois, além do que eu vou comentar neste texto, o LinkedIn é um espaço para procurar emprego e ser encontrada. Só por esse motivo merece um destaque como uma ferramenta para arranjar trampo no mercado.
Chega a ser assustador, contudo, como as pessoas compartilham e criam conteúdo por lá baseado em uma sopa de palavras-chave e hashtags sem sentido, que só ganham significado em um ambiente muito controlado, conservador e majoritariamente branco.
É curioso também como as pessoas ignoram a pandemia, falam em prosperidade em um país que tem 41% da população sofrendo de insegurança alimentar e com 17% dos brasileiros desempregados.
Lá fala-se sobre tecnologia, inovação, “mundo pós-covid”, mas que lugar é esse que não inclui pessoas que estão vulneráveis hoje? Sem essa de “seja seu próprio empreendedor ou faça curso online”. Chega a ser assustador, quando não engraçado, ver tanto texto fora da realidade.
Muitas pessoas no Linkedin adoram seguir tendências inovadoras: ler os mesmos autores, ter as mesmas ideias mirabolantes que não resolvem nada, compartilhar os mesmos vídeos, propagar o mesmo discurso batido de meritocracia e seguir a mesma toada de medianidade asqueirosa.
A pergunta é: por quê? “Líderes” espalham frases prontas em layouts duvidosos para perpetuar esse discurso raso e criar uma fila de pessoas que pensam da mesma maneira.
Mas na prática, são profissionais despreparados, incapazes e que não confiam nem mesmo no que dizem. Afinal, não é lendo frase pronta da Forbes que se torna um líder. É uma posição que leva tempo, vivência, empatia e muito erro. Quem está disposto?
De fato o capitalismo está intrinsicamente enraizado em nossa vida, cultura, etc. Mas até que ponto esse papo furado que vemos realmente muda a nossa vida? Se o trabalho não fosse importante, o que seria a prioridade dessa galera? Já adianto que não seria saúde mental.
Reforço a importância do LinkedIn, afinal, foi nela que eu consegui meus últimos trabalhos. Mas faço a reflexão: para onde queremos ir com esse discurso que na vida real não faz sentido algum? E quem cai nisso?